STS, EuroSCORE II e SYNTAX Score II no ringue

A revascularização do miocárdio (RM) é o tratamento de escolha para a doença arterial coronariana (DAC) complexa. Escores de risco existem para ajudar na escolha e no manejo dos pacientes com essa doença.

Nesta semana, no congresso da European Society of Cardiology, foi apresentado o resultado de um estudo multicêntrico realizado em São Paulo – o REPLICCAR-I, no qual foi feita uma comparação inédita entre o STS, o EuroSCORE II e o SYNTAX Score II. O objetivo do estudo foi avaliar a performance desses três principais escores para pacientes com DAC, considerando a mortalidade por qualquer causa a curto (30 dias) e a longo (4 anos) prazo, de pacientes submetidos à RM isolada.

Neste estudo, 2.961 pacientes foram incluídos. Os valores médios dos escores foram: STS 0,6% (intervalo interquartil 0,41-1,29%), EuroSCORE II 1,4 (IIQ 0,85-2,09%) e SYNTAX Score II 25,15% (IIQ 18,3-32,3%). Na pesquisa foram utilizados métodos estatísticos próprios para avaliar modelos de predição.

A mortalidade por qualquer causa em 30 dias foi de 3,4%. Na Figura 1A é possível ver que todos os escores tiveram um bom resultado na mortalidade de curto prazo, apesar de o STS e o EuroSCORE II apresentarem maior acurácia para esse período.

A mortalidade em 4 anos foi de 5,3%. Na Figura 1B é possível ver, no gráfico de calibração, que o SYNTAX Score II teve a maior precisão em predizer mortalidade a longo prazo, comparando o observado com o que fora previsto.

Figura 1. A: curvas ROC do STS, EuroSCORE II e SYNTAX Score II. B: gráfico de calibração do STS, EuroSCORE II e SYNTAX Score II para a mortalidade a longo prazo. A linha preta representa a referência para um modelo de predição perfeito, em que o observado é igual ao previsto. CL: calibration-in-the-large.

Deste modo, para a mortalidade a curto prazo, todos os escores foram validados, com o STS e o EuroSCORE II apresentando maior acurácia. Para o longo prazo, apenas o SYNTAX Score II conseguiu prever a mortalidade com maior precisão.

Referência

Gonzales-Tamayo L, Campos CM, Lisboa L, Oliveira M, Dallan L, Jatene F, Mejía O. REPLICCAR. Eur Heart J. 2018;39(suppl_1) ehy566.P6360.

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