Os primórdios da cirurgia Endovascular datam do final do século 19, quando Wilhelm Röentgen descobriu o raio-X. Poucos anos depois, Thomas Edison desenvolveu a fluoroscopia, que possibilitava que a imagem em raio – X fosse vista em tempo real. Em 1927, o português Antônio Egas Moniz começou a estudar vasos sanguíneos cerebrais em cadáveres de animais, sendo um dos pioneiros no desenvolvimento de cirurgias de hematomas e neoplasias cerebrais. Em 1953, o sueco Sven Ivar Seldinger foi o primeiro a desenvolver o procedimento de injetar contraste por via endovenosa e criar a angiografia moderna. Em 1964, Charles Dotter utilizou um fio-guia (que consistiam em cordas de guitarra) e cateteres de teflon co-axiais para dilatar uma estenose de artéria femoral superficial em uma paciente de 82 anos com dor de repouso e gangrena e, que havia recusado amputação e não era boa candidata para cirurgia. O procedimento foi um sucesso. Em 1977, o alemão Andréas Gruentzig realizou a primeira angioplastia percutânea com balão revolucionando a abordagem das lesões obstrutivas coronarianas.
Nos últimos anos, os procedimentos endovasculares tiveram um grande avanço, sendo amplamente realizados por radiologistas, cardiologistas intervencionistas, cirurgiões vasculares, neurocirurgia, cirurgiões cardiovasculares, entre outras especialidades. Dados norte- americanos mostram que em 2000 existiam cerca de 12. 390 especialistas que faziam tratamento invasivo de doenças cardiovasculares, sendo distribuídos da seguinte maneira: 4216 cardiologistas intervencionistas, 2058 radiologistas intervencionistas, 2055 cirurgiões vasculares e 4071 cirurgiões cardiotorácicos. Aproximadamente, 60% dos cardiologistas, 20% dos radiologistas e 19% dos cirurgiões vasculares faziam procedimentos endovasculares. Além disso, de 1993 a 1997, enquanto os procedimentos da cardiologia intervencionista aumentaram 42%, a cirurgia de revascularização do miocárdio aumentou em 23%.
Por isso, tem crescido o número de cirurgiões cardiovasculares que buscam a especialização em Cirurgia Endovascular, mais ainda pelo recente desenvolvimento de válvulas cardíacas de inserção periférica via endovascular (vávula transcateter), incluindo a técnica de Valve- in- valve. Portanto, há um amplo espaço para a atuação do cirurgião cardiovascular na cirurgia endovascular, já que os procedimentos menos invasivos tendem a se tornar cada vez mais comuns no cotidiano da especialidade.
Referência:
O futuro da cirurgia vascular – Dinis da Gama A. J Vasc Br 2002, Vol. 1, Nº3.
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