Nos primórdios da cirurgia, eram considerados grandes cirurgiões aqueles que eram capazes de executar operações imensas, com grandes incisões. Posteriormente, passou-se a buscar a realização de cirurgias com menor incisão, objetivando reduzir o trauma cirúrgico e obter melhor recuperação durante o período pós-operatório. Atualmente, as cirurgias minimamente invasivas representam técnicas complexas que visam permitir o procedimento com um acesso menor e menos traumático, sem perder a segurança operatória.
As valvopatias aórticas representam importante parcela das mortes por causas cardiovasculares. A quantidade de pacientes que necessitam de tratamento cirúrgico aumenta a cada ano, principalmente em decorrência do envelhecimento populacional. Atualmente, o padrão-ouro no tratamento dessas doenças é a troca valvar pela esternotomia mediana.
Para reduzir o trauma cirúrgico sofrido pelo paciente, foram propostas diferentes técnicas de troca valvar aórtica minimamente invasiva, sendo a esternotomia parcial superior e a minitoracotomia anterior direita as mais difundidas. Estudos sugerem que as novas técnicas são eficazes como alternativa à esternotomia mediana convencional, por resultar em menor dor pós-operatória, redução nos dias de hospitalização, na incidência de insuficiência renal e na necessidade de transfusão sanguínea. Entretanto, ainda são necessários mais estudos para avaliar o desfecho e a segurança desses procedimentos.
Fonte: disponível em: http://www.jornalfolhadosul.com.br/noticia/2012/12/04/tipos-de-cirurgia-cardiaca e https://www.researchgate.net/figure/Imagen-operatoria-de-minitoracotomia-separador-esternal-drenaje-para-infusion-de-CO2-y_fig1_303094578 [Acesso em: 14 jan. 2019].
Um estudo realizado na Itália entre 2010 e 2017 comparou os resultados de 1.907 pacientes submetidos à cirurgia convencional ou minimamente invasiva (esternotomia parcial superior e minitoracotomia anterior direita). Os pesquisadores concluíram que o acesso minimamente invasivo é seguro e eficaz, com desfecho e tempo de operação semelhantes aos da cirurgia tradicional. Como vantagem, pode-se citar menor incidência de infecção da ferida operatória. Esse estudo teve como limitações representar a amostra de um único centro e não ser randomizado, sendo a via cirúrgica indicada pelo cirurgião de acordo com as condições clínicas do paciente.Os avanços tecnológicos na área da cirurgia cardiovascular contribuem significativamente para o tratamento das doenças cardíacas. Espera-se que mais estudos sejam feitos para analisar a segurança dessas novas técnicas, especialmente em pacientes com quadros mais graves.