Como a arte do origami está revolucionando a cirurgia minimamente invasiva e robótica

 

O origami é a arte japonesa de dobrar papel, transformando folhas planas em esculturas tridimensionais através da aplicação de técnicas seculares. Pesquisadores da Brigham Young University (BYU), entretanto, estão criando novos equipamentos médicos inspirados nessa antiga arte japonesa, procurando tornar as cirurgias mais eficientes e menos traumáticas. Naturalmente, o que esses engenheiros estão criando está longe das brincadeiras de criança e envolve uma série de tecnologias de ponta, mas o conceito por detrás dessas criações é o mesmo: simplicidade.

A grande sacada no desenvolvimento desses novos equipamentos está em, ao em vez de criar um número cada vez maior de partes móveis, inverter essa tendência e confiar em dobradiças autônomas para fazer o mesmo trabalho de múltiplas peças. É dessa forma que os engenheiros da BYU estão revolucionando a cirurgia minimamente invasiva e robótica. Esses novos equipamentos, utilizando o conceito de origami, destacam-se pelo seu grau de miniaturização, permitindo a realização de trabalhos muito mais delicados – com cortes menores e mais precisos – do que os que são atualmente possíveis com os equipamentos tradicionais.

Esse elevado grau de miniaturização dos equipamentos desenvolvidos pelos pesquisadores da BYU é de grande interesse para a cirurgia cardiovascular, na qual as cirurgias minimamente invasiva e robótica ainda engatinham, quando comparado às demais especialidades. Exatamente pelo fato de as cirurgias cardiovasculares exigirem um elevado nível de precisão, os novos equipamentos se mostram como um possível gatilho para a expansão das técnicas minimamente invasiva e robótica dentro da especialidade. Além das questões técnicas, pequenos cortes e cirurgias menos invasivas significam que os pacientes estarão fora do hospital e voltarão a exercer suas atividades no menor tempo possível. Isso não só diminui os riscos de uma longa estadia hospitalar, como também os custos para os pacientes e para o sistema de saúde.

Para o professor Larry Howell, pesquisador do projeto, uma das coisas mais interessantes é como a arte pode influenciar a ciência, tornando inúmeras as aplicações para essa tecnologia. Além do desenvolvimento de pinças cirúrgicas, os pesquisadores da BYU também estão criando inserções dobráveis para substituição de cartilagem na coluna vertebral. O limite da técnica parece estar na imaginação dos designers e muitas outras aplicações podem ser criadas e, quem sabe, colocadas em prática. Para conhecer mais sobre a pesquisa desenvolvida na BYU e suas aplicações, confira o vídeo abaixo:

 

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