Em nosso meio, dentre as principais causas de hemorragia digestiva baixa, temos doença orificial, neoplasia e angiodisplasia. A síndrome de Heyde é definida pela associação entre estenose aórtica e angiodisplasia. A fisiopatologia básica envolve alteração do fator de von Willebrand, com consequente perda de multímeros de alto peso molecular, e aumento das forças de cisalhamento conforme a gravidade da doença valvar.
Essa cadeia de eventos leva a uma alteração conformacional do fator de von Willebrand, tornando este mais vulnerável a ação de mediadores proteolíticos. O efeito final é uma adesão plaquetária ineficaz, com consequente sangramento de lesões pré-existentes, como na angiodisplasia gastrintestinal.
O tratamento pode ser feito através de medidas clínicas, como transfusão sanguínea, porém com alta taxa de recidiva; preferencialmente pode ser feito através da cirurgia de troca valvar, com melhores taxas de sucesso (afinal, o principal agressor é o cisalhamento quando da passagem da hemácia sobre a válvula calcificada).
Referências:
1) BALBO, Conrado Pedroso et al. Síndrome de Heyde e Implante de Válvula Aórtica por Cateter. Arq. Bras. Cardiol. [online]. 2017, vol.108, n.4 [cited 2017-08-25], pp.378-380.
2) Figuinha FCR, Spina GS, Tarasoutchi F. Arq Bras Cardiol2011;96(3):e42-e45.
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