Aneurismas de artérias coronárias

Aneurisma é definido como uma dilatação focal e permanente de uma artéria com um aumento de 50% ou mais de seu diâmetro original. No caso de aneurismas de artérias coronárias, sua incidência na população é baixa, variando entre 0,2% e 5%.

A maioria dos pacientes portadores de aneurismas de artérias coronárias tem apresentação clínica assintomática, sendo a detecção um achado incidental durante exames de imagem1. Quando sintomáticos, esses aneurismas podem se apresentar como síndromes coronarianas agudas ou mimetizar outras condições, como aneurismas de aorta ascendente ou de tronco pulmonar, cistos pericárdicos, tumores cardíacos e timomas2.

A aterosclerose é a etiologia mais comum em países ocidentais. Além disso, estudos têm sugerido seu surgimento com o uso de stents farmacológicos e vasculites sistêmicas, como a doença de Kawasaki, em decorrência de reações de hipersensibilidade vasculares que causam um enfraquecimento da parede do vaso e sua consequente dilatação3,4.

Aneurismas de artéria coronária.

Apesar de sua baixa incidência, esses aneurismas podem cursar com severas complicações, variando de síndromes coronarianas agudas com trombose de saco aneurismático à ruptura ou compressão por outros órgãos da cavidade torácica. Ainda, não é incomum que ocorram fístulas entre o aneurisma e alguma câmara cardíaca, dependendo do tamanho do saco aneurismático5. Por esse motivo, essa condição deve sempre ser suspeitada em diagnósticos diferenciais de cistos e outras massas.

O padrão-ouro para o diagnóstico é a angiografia coronariana, pois é capaz de detectar as características e localização exata do aneurisma3. Apesar disso, exames não invasivos como ecocardiograma, tomografia computadorizada e ressonância magnética também são de grande valia para o diagnóstico.

Por ser uma condição clínica extremamente rara, sua abordagem terapêutica ainda não está definida na literatura. O manejo clínico pode variar desde a abordagem farmacológica com anticoagulantes e antiagregantes plaquetários ao manejo endovascular com stents, ou ainda de forma cirúrgica por ressecção e reconstrução com enxerto3-5.

O prognóstico dos aneurismas de artérias coronárias geralmente é favorável, mas deve-se sempre individualizar o tratamento para cada paciente baseando-se em suas condições clínicas e comorbidades prévias.

Referências

  1. Syed M, Lesch M. Coronary artery aneurysm: a review. Prog Cardiovasc Dis. 1997;40:77‐84.
  2. Baman TS, Cole JH, Devireddy CM, Sperling LS. Risk factors and outcomes in patients with coronary artery aneurysms. Am J Cardiol. 2004;93:1549-51.
  3. Cohen P, O’Gara PT. Coronary artery aneurysms: a review of the natural history, pathophysiology, and management. Cardiol Rev. 2008;16:301-4.
  4. Villines TC, Avedissian LS, Elgin EE. Diffuse non-atherosclerotic coronary aneurysms. Cardiol Rev. 2005;13:309-11. doi:10.1097/01.crd.0000159579. 77038.dc
  5. Kawsara A, Núñez Gil IJ, Alqahtani F, et al. Management of coronary artery aneurysms. JACC Cardiovasc Interv. 2018;11:1211-23.
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