Como já demonstrado em diversos trials, a doença cardiovascular está dentre as principais causas de morte em nosso meio, acompanhada de elevada morbidade e impacto socioeconômico. Diversas estratégias foram desenvolvidas ao longo das últimas décadas, com o intuito de melhorar a qualidade de vida e o prognóstico dos nossos pacientes. Se hoje falamos em terapia medicamentosa otimizada, em técnicas cirúrgicas consagradas ou em tecnologias híbridas, isto tudo foi fruto de gerações de clínicos e cirurgiões que devotaram suas carreiras em prol do doente.
Em face deste panorama, uma breve introdução à aplicação de células tronco em cardiologia/cirurgia cardiovascular; O primeiro estudo de destaque na literatura data de Abril/2001, publicado na Nature, onde foi avaliado o papel da injeção intramiocárdica de células tronco de medula óssea no contexto de infarto agudo do miocárdio, em ratos.
Atualmente, já existe comprovação experimental de que as células tronco atuam na miogênese, neoangiogênese e modulação de resposta inflamatória. Porém, até o momento, apenas neoangiogênese e modulação de resposta inflamatória apresentaram significância clínica. Estão em andamento estudos avaliando a aplicabilidade em infarto agudo do miocárdio e doença coronariana; insuficiência cardíaca e angina refratária.
De maneira genérica, o objetivo dos estudos é determinar o “pool” ideal de células tronco (medula óssea, tecido adiposo, mioblasto esquelético), qual o seu efeito (endócrino, parácrino ou regeneração celular) e qual a sua melhor via de aplicação (intramiocárdica, intracoronariana ou intravenosa).
Definitivamente, a terapia celular é um campo que está em franco desenvolvimento e aperfeiçoamento, e trará resultados surpreendentes nos próximos anos.
Referências:
– Orlic D, Anversa P et al. Bone marrow cells regenerate infarcted myocardium. Nature 2001.
– Perin EC. Stem Cell Therapy for Cardiovascular Disease. Tex Heart Inst J 2006.
– Perin EC, Borojevic R et al. Transendocardial, autologous bone marrow cell transplantation for severe , chronic ischemic heart failure. Circulation 2003.
– Henry TD, Perin EC et al. The Athena trials: Autologous adipose-derived regenerative cells for refractory chronic myocardial ischemia with left ventricular dysfunction. Catheter Cardiovasc Interv 2016.
– http://www.mirm.pitt.edu/news/article.asp?qEmpID=110
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