Você tem a mente para ser um cirurgião: a importância do treinamento mental no aprendizado cirúrgico

A complexidade da técnica aplicada em muitos procedimentos cirúrgicos, principalmente na área cardíaca, constitui um dos maiores desafios para o aprendizado da especialidade. Para obter bons resultados, cirurgiões precisam executar movimentos manuais refinados e exatos em situações de elevado estresse, o que requer, além do conhecimento teórico, concentração, confiança e contínuo aperfeiçoamento da habilidade manual.

Por isso, o aprendizado em técnica cirúrgica tem sido comparado ao treinamento de atletas de elite, já que estes também precisam de execuções harmoniosas em tempo hábil. Nesse contexto, técnicas cognitivas, como o treinamento mental, usadas por atletas para aperfeiçoamento de habilidades manuais têm sido aplicadas em residentes de cirurgia.

A técnica de treinamento mental consiste na repetição mental sistematizada de todas as etapas do procedimento, sem, de fato, vê-lo ou executá-lo. Esse processo é apoiado em 3 pilares: imaginário (visualização do procedimento), cinestésico (execução dos movimentos) e auditivo (sons e comunicação durante o procedimento). Assim, a ideia é fragmentar a realização da atividade, sempre apoiando-se nestes pilares, afim de personalizar e aperfeiçoar a execução de cada fase.

Vários estudos aplicando essa técnica no aprendizado cirúrgico têm sido realizados, mostrando que, de fato, o treinamento mental é útil tanto no aprendizado como no aperfeiçoamento de habilidades manuais. Assim, no contexto de educação médica e utilização de meios criativos e efetivos no aprendizado cirúrgico, a repetição mental parece uma promissora ferramenta, inclusive para cirurgiões cardíacos em treinamento.

Referências bibliográficas

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