O movimento sistólico anterior (SAM) é descrito como o deslocamento da valva mitral em direção à via de saída do ventrículo esquerdo, durante a sístole, que leva à obstrução e aumento do gradiente intracavitário; geralmente presente em portadores de miocardiopatia hipertrófica.
De maneira geral, a hipertrofia septal assimétrica pode promover forças do tipo empuxo e efeito Venturi, ambos capazes de deslocar a valva mitral. A reduzida via de saída do ventrículo esquerdo, bem como as alterações anatômicas valvares (formato em D, às custas do alongamento do folheto anterior) e do aparelho subvalvar (papilares anteriorizados e/ou alongados) contribuem, conjuntamente, para o aparecimento deste fenômeno.
O diagnóstico é feito através do ecocardiograma, onde são avaliadas variáveis do tipo gradiente intracavitário, relação septo/parede posterior do ventrículo esquerdo, relação E/E’, anatomia da valva mitral (e do aparelho subvalvar), bulging do septo, dentre outros.
Dentre as estratégias terapêuticas disponíveis para o tratamento da SAM, podemos citar a miomectomia septal e ablação alcóolica do septo; excepcionalmente plastia/plicatura valvar. O manejo destes doentes exige otimização clínica da cardiopatia, acompanhamento evolutivo ao ecocardiograma (e a piora do gradiente na via de saída) e indicação cirúrgica precisa.
Referências:
Ibrahim M, Rao C, Ashrafian H, Chaudhry U, Darzi A, Athanasiou T. Modern management of systolic anterior motion of the mitral valve. European Journal of Cardio-Thoracic Surgery 0 (2012) 1–11 (doi:10.1093/ejcts/ezr232).
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