Diferentes tipos de bisturi em cirurgia cardiovascular

A diérese é um tempo cirúrgico essencial em qualquer operação. Trata-se do procedimento para dividir os tecidos e possibilitar o acesso a diferentes regiões do corpo. O instrumento de diérese mais conhecido é o bisturi frio. Com o avanço da tecnologia na área da saúde, diferentes instrumentos possibilitam cirurgias mais rápidas, seguras e com uma recuperação mais fácil.

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bisturi [acesso em: 19 fev. 2020].

Recentemente, pesquisadores avaliaram os efeitos de diferentes instrumentos no preparo da artéria radial como enxerto na revascularização do miocárdio. Os pacientes foram agrupados de acordo com o instrumento utilizado: bisturi frio, eletrocautério ou bisturi por ultrassom. Foram avaliados o tempo operatório, a presença de hemorragia no pós-operatório e lesão endotelial1.

Disponível em: https://catalogohospitalar.com.br/canetas-eletrocirurgicas.html [acesso em: 19 fev. 2020].

Os pesquisadores concluíram que a utilização de bisturi ativado por ultrassom reduz a duração do procedimento e a drenagem no pós-operatório. Entretanto, a avaliação bioquímica e histopatológica não evidenciou superioridade de um bisturi específico na redução do dano endotelial1.

Estudos anteriores apontavam que o uso do eletrocautério era mais barato que a esqueletização da artéria radial utilizando bisturi frio, pois são empregados menos clips metálicos, além de obter melhor fluxo intraoperatório e preservar a integridade endotelial2. O bisturi por ultrassom aparenta ser o mais seguro3.

O enxerto de artéria radial na revascularização do miocárdio tem como benefício melhor adaptação à pressão arterial sistêmica e maior diâmetro, tendo outros enxertos como comparação. Contudo, em relação à artéria mamária, produz espasmos mais fortes após trauma. Prevenir lesão endotelial durante seu preparo é de suma importância para a prevenção de espasmo e para garantir melhor patência após a cirurgia. A utilização correta dos instrumentos cirúrgicos, respeitando as condições locais e a experiência do cirurgião, contribui para desfechos melhores e mais seguros.

Referências

  1. Uysal D, Gülmen S, Özkan H, Sağlam U, Etli M, Bircan S, et al. Comparison of sharp dissection, electrocautery, and ultrasonic activated scalpel with regard to endothelial damage, preparation time, and postoperative bleeding during radial artery harvesting. Braz J Cardiovasc Surg. 2019;34(6):667-73.
  2. Marzban M, Arya R, Mandegar MH, Karimi AA, Abbasi K, Movahed N, et al. Sharp dissection versus electrocautery for radial artery harvesting. Texas Hear Inst J. 2006;33(1):9-13.
  3. Cikirikcioglu M, Posacioglu H. Harmonic scalpel has acute beneficial effects during radial artery harvesting. Asian Cardiovasc Thorac Ann. 2006;14(1):89-90.
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