Em época de Copa do Mundo de Futebol, a atenção de todos se volta ao esporte. São muitas histórias compartilhadas sobre superação e conquistas. Acompanhamos atentamente a rápida recuperação de lesões sofridas por grandes atletas, bem como lemos diferentes histórias sobre como a dedicação à prática esportiva foi capaz de mudar a realidade de diferentes pessoas. Hoje, atividade física e qualidade de vida são conceitos que frequentemente se entrelaçam. O esporte é um grande aliado dos profissionais de saúde, com inúmeros benefícios para os pacientes. Você sabia que o exercício físico também pode ajudar na recuperação de atletas transplantados, inclusive em imunossuprimidos? E mais: você sabia que existe uma olimpíada apenas para atletas transplantados?
Sim! A cada dois anos, a World Transplant Games Federation (WTGF) organiza os Jogos Mundiais de Transplantados. A primeira edição ocorreu em 1978, em Portsmouth, no Reino Unido. Infelizmente, apesar de ser um evento reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), é pouco divulgado.
São muitas modalidades disputadas, tanto em esportes de verão (esportes de raquete, corrida, natação, basquete, vôlei, entre outros) quanto de inverno (como esqui, snowboard e curling, por exemplo). Podem participar atletas submetidos a transplante de coração, intestino, rim, fígado, pulmão, pâncreas e medula óssea e que estejam fazendo uso de drogas imunossupressoras. A data do transplante deve anteceder a data dos Jogos em pelo menos um ano, a função do enxerto deve estar estável e o atleta deve estar em uso de terapia medicamentosa. Doadores vivos de órgãos também podem participar!
Os Jogos Mundiais de Transplantados visam a promover a educação em transplante de órgãos pelo mundo e o sucesso da cirurgia de transplante, a fim de conscientizar a população e incentivar a doação de órgãos, além, é claro, de enaltecer a importância da atividade física e do estilo de vida saudável a longo prazo para pacientes transplantados.
O Brasil fez bonito na última edição dos Jogos, realizada no ano de 2017 em Málaga, na Espanha. Com apenas seis atletas inscritos, o país conquistou dez medalhas, sendo três de ouro, cinco de prata e duas de bronze. O Brasil também está evoluindo na área de transplantes. O número de doadores efetivos cresceu 14% em 2017, atingindo a meta esperada para esse ano. O número de transplantes cardíacos teve um aumento de 6,4%, atingindo a marca de 380 transplantes realizados em 2017, em quatro regiões do país. A evolução da cirurgia cardiovascular nos diferentes estados é importante para a melhor assistência aos pacientes que precisam de um transplante ou que já foram transplantados, e iniciativas como os Jogos Mundiais de Transplantados cumprem um papel fundamental para a conscientização da população sobre a importância da doação de órgãos e da atividade física.
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